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Vermelho

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06
Abr17

Jorge e o seu Dragão

Domingos Farinho
[contém spoilers]
 
 
Quando terá sido? O IMDB informa-me que Os Mutantes estrearam no final de 1998 e aviva-me a memória. Sim, final de '98, quase há 20 anos. Foi esse o primeiro golpe que recebi do cinema português (só veria O Sangue alguns anos mais tarde, em televisão). Saí da sala do King incomodado com Ana Moreira (a cena da casa de banho da estação de serviço até hoje persegue-me) e incomodado com a vida em geral, que naqueles idos de '98 era tão só ter que estudar Direito. Foi o proverbial murro no estômago de que demorei alguns anos a recuperar. 
 
Quando começava a sentir-me melhor chegou No Quarto da Vanda (2000), visto no Fonte Nova (vejo agora que eram 2 cinemas Medeia que já não existem). Toda aquela experiência foi paradoxal. As Fontainhas eram um lugar presente na minha adolescência. Boa parte da minha rua conhecia alguém das Fontainhas, que eram a 15 minutos a pé de nossas casas. E, de repente, eis a intimidade do bairro exposta numa sala de cinema, com o estilo amador enganoso do Pedro Costa (estilo esse que em parte Marco Martins viria a tomar em São Jorge, mas já lá vamos). Por razões diversas, mas com a mesma violência, demorei a recuperar deste novo murro.
 
Quando cinco anos volvidos vi Alice, já Os Mutantes, No Quarto de Vanda ou simplesmente a vida, tinham feito o seu papel: o filme não fez tantos estragos. Sem dúvida que a isso ajudou ainda não ser pai e não arrisquei ainda revê-lo nessa condição. Além disso, o Nuno Lopes de Alice ao contrário do Nuno Lopes de São Jorge (e isso diz muito sobre a grandeza de um actor) têm olhares diferentes. O olhar de Nuno Lopes em São Jorge trouxe-me de volta para Ana Moreira e Vanda Duarte. É conhecido o papel do olhar na técnica cinematográfica, como movimento, mas sobretudo como metáfora, como conotação. Podia aqui discorrer e ilustrar esse papel com dezenas de exemplos (sintam-se à vontade para partilharem os vossos preferidos na caixa de comentários), mas creio que não é preciso (ok, só um, muito especial: Luís Miguel Cintra em A Caixa). Olhar é um desafio para qualquer realizador: mal capturado destrói um filme, bem apanhado pode leva-lo às costas e permitir uma profundidade de campo que de outro modo seria muito difícil conseguir. 
 
O olhar de Jorge funciona maravilhosamente, o que no caso significa muita angústia para quem vê, como uma espécie de ode aos Deveres de Cícero. É verdade que eu tenho a mania de ver os Deveres em todo o lado, mas neste caso parece-me que não falho o alvo. A beleza e complexidade de Jorge e da personagem construída por Nuno Lopes e muito bem suportada por actores e não-actores secundários advem de uma espécie de transe (também há ali um pouco, por vezes, assomos dessa Teresa Vilaverde) que vamos percebendo que vem de um pesado sentido de dever que aglutina todo o ser Jorge. Devido a todas as dificuldades que enfrenta na vida, e que surgem à laia do grande leitmotif do filme - os anos da troika em Portugal - as mais básicas e agradáveis experiências da vida revelam-se apenas como deveres, que Jorge vai maquinal e dificilmente procurando cumprir: educar um filho, amar uma mulher, ter um trabalho.
 
O seu olhar é um olhar vazio de espaço para descansar, para relaxar. Aliás, na única cena em que se diverte, sabemos já que encomendou a sua alma ao criador e a salvar-se será por intervenção direta de São Jorge, que invoca no início do filme. Esse olhar, mas também a composição do corpo e as paragens em alguns momentos, em contracampo com a vida que decorre, ou o movimento por entre espaços do país que nunca surgem nos sites de turismo ou em telenovelas, e raramente nas notícias, tudo isso compõe um tensão entre Jorge e os outros, que são, todos, à sua maneira, a expressão do dever, imposto pela falta de dinheiro e de oportunidades e que explicam toda a intriga. Há esse lado trágico em São Jorge, que engrandece o filme e o torna intemporal. 
 
Essa senda do dever é especialmente demonstrada no confronto entre o seu cumprimento/incumprimento. Jorge recusa-se a bater num homem que tem uma dívida, cumprindo o dever de respeitar os outros, mas quando finalmente cede e espanca o cozinheiro empresário toda a tragédia da violação dos deveres cai sobre ele e precipita o seu destino.
 
Mas o olhar, tornemos ao olhar e com ele terminemos. O olhar de Jorge é o único que se mantém constante ao longo do filme (talvez com a exceção do de Gonçalo Waddington, que, à sua maneira, é um Jorge em potência, resolvido de outra maneira), é também ele um longo murro no estômago. Sobretudo porque nunca Jorge se queixa, não obstante o filme expressamente se colocar sob a epígrafe inicial da Crise, obrigando-nos a olhar a vida de Jorge por essa lente, contra esse Dragão. Jorge quer apenas resolver problemas, lutar contra as adversidades, encontrar uma vida boa e avançar. Os dragões são por ele inominados e não o impressionam. O seu olhar está fixo na liberdade que traz o cumprimento dos deveres. O que nos impressiona, a nós espectadores, é saber que isso, mesmo assim, não basta. Desta vez ganha o Dragão, perde-se a princesa.
 
 
Uma lição para todos nós. 


(em estéreo com a noite americana)

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Trabalhos publicados

- A Suspensão de Eficácia dos Actos Administrativos em Acção Popular


(in Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Vol. XLII - N.º 2, 2001, Coimbra Editora);


- Em Terra de Ninguém - Da interrupção e suspensão de obras em terrenos expropriados - Ac. do STA de 24.10.2001, P.º 41624


(in Cadernos de Justiça Administrativa, n.º 49, Janeiro/Fevereiro, 2005, CEJUR - Centros de Estudos Jurídicos do Minho);


- As Regras do Recrutamento Parlamentar Partidário em Portugal


(in Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Vol. XLVI - N.º 1, 2005, Coimbra Editora);


- Intimidade da Vida Privada e Media no Ciberespaço, Coimbra, Almedina, 2006


- Para além do Bem e do Mal: as Fundações Público-Privadas


(in Estudos em Homenagem ao Professor Marcello Caetano, no Centenário do seu nascimento, Vol. I,Coimbra Editora, 2006);


- Todos têm direito à liberdade de imprensa? - a propósito do caso Apple v. Doe no Tribunal de Apelo do Estado da Califórnia


(in Jurisprudência Constitucional, n.º 12, Outubro-Dezembro, 2006, Coimbra Editora);


- O Direito Fundamental de Fundação - Portugal entre a Alemanha e a Espanha


(in Estudos em Homenagem ao Prof. Doutor Sérvulo Correia, Vol. I, Coimbra Editora, 2010);


- Alguns problemas de governo fundacional de uma perspectiva normativa-orgânica


(in O Governo das Organizações - A vocação universal do corporate governance, Coimbra, Almedina, 2011);


- As fundações como entidades adjudicantes


(in Revista dos Contratos Públicos, n.º 4, 2012);


- Brevíssimo balanço do regime jurídico das pessoas colectiva de utilidade pública: uma perspectiva fundacional


(in Estudos de Homenagem ao Prof. Doutor Jorge Miranda, Volume IV - Direito Administrativo e Justiça Administrativa, Coimbra, Coimbra Editora, 2012);


- Empresa e fundações: uma união mais forte?


(in Revista de Direito das Sociedades, Ano IV (2012), n.º 1, Coimbra, Almedina)


- Governo das Universidades Públicas (brevíssimo ensaio introdutório jurídico-normativo)


(in O Governo da Administração Pública, Coimbra, Almedina, 2013);


Breve comentário ao âmbito de aplicação do Código do Procedimento Administrativo, na versão resultante da proposta de revisão


(in Direito&Política / Law&Politics, n.º 4, Julho-Outubro, 2013, Loures, Diário de Bordo)


A propósito do recente Decreto-Lei n.º 138/2013, de 9 de Outubro: a escolha dos parceiros do Estado para prestações do Estado Social - em particular o caso das IPSS na área da saúde


(in e-pública - Revista Electrónica de Direito Público, n.º 1, Janeiro 2014);


O alargamento da jurisdição dos tribunais arbitrais

(in Gomes, Carla Amado; Neves, Ana Fernanda; e Serrão, Tiago, O anteprojecto da revisão do Código de Processo nos Tribunais Administrativos e do Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais em debate, Lisboa, AAFDL, 2014, p. 421 a 429)


- Fundações e Interesse Público , Coimbra, Almedina, 2014


O âmbito de aplicação do novo Código do Procedimento Administrativo: regressar a Ítaca

(in Gomes, Carla Amado; Neves, Ana Fernanda; e Serrão, Tiago, Comentários ao Novo Código do Procedimento Administrativo, Lisboa, AAFDL, 2015, p. 121 a 150)


Seleção de administradores designados pelo Estado em fundações privadas com participação pública

(in Vários, A designação de administradores, Lisboa, Almedina, 2015, p. 345 a 365)


Interesse público e poder judicial

in Repolês, Maria Fernanda Salcedo e, Dias, Mariz Tereza Fonseca (org.), O Direito entre a Esfera Pública e a Autonomia Privada, Volume 2, Belo Horizonte, Editora Fórum, 2015;


As vantagens da arbitragem no contexto dos meios de resolução de conflitos administrativos

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(Un)Safe Harbour: Comentário à decisão do TJUE C-362/14 e suas consequências legais

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A arbitragem e a mediação nos títulos de impacto social: antecipar o futuro

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Regras especiais de contratação pública: os serviços sociais e outros serviços específicos

in Maria João Estorninho e Ana Gouveia Martins (coord.), Atas da Conferência - A Revisão do Código dos Contratos Públicos, Lisboa, Instituto de Ciências Jurídico-Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, pp. 81-98.


O tratamento de dados pessoais na prossecução do interessse público e o Regulamento Geral de Proteção de Dados: uma primeira abordagem

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in Rodrigues, Maria de Lurdes et al. (ed.), “40 anos de políticas de justiça em Portugal”, Coimbra, Almedina, 2017, pp. 331-368


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in Fonseca, Isabel Celeste (ed.), Atas da II Conferência Internacional sobre Compras Públicas, Braga, Universidade do Minho, 2017


Serviços sociais e outros serviços específicos: o Leopardo e o Ornitorrinco entre os três setores de atividade económica

in Gomes, Carla Amado; Serrão, Tiago; e Caldeira, Marco, "Comentários à Revisão do Código dos Contratos Públicos", Lisboa, AAFDL, 2017.


A responsabilidade do primeiro-ministro perante o presidente da República e a condição material do artigo 195.º/2 da Constituição da República Portuguesa: entre a exceção e a inconfessada política

in Pinto, António Costa; e Rapaz, Paulo José Canelas (ed.), Presidentes e (Semi)Presidencialismo nas Democracias Contemporâneas, Lisboa, Imprensa de Ciências Sociais, 2018.


Governar melhor os serviços públicos: em defesa dos "departamentos transversais"

in Constituição e Governança - V Seminário Luso-Brasileiro de Direito, Mendes, Gilmar Ferreira; Morais, Carlos Blanco de; e Campos, César Cunha, Brasília, FGV Projetos, 2018.


Os Centros de competências e estruturas partilhadas na Administração Pública portuguesa: uma primeira reflexão


in Gomes, Carla Amada; Neves, Ana Fernanda; e Serrão, Tiago (coord.), Organização Administrativa: Novos actores, novos modelos, Volume I, Lisboa, AAFDL, 2018, p. 693-712.


As fundações públicas em Portugal


in Gomes, Carla Amada; Neves, Ana Fernanda; e Serrão, Tiago (coord.), Organização Administrativa: Novos actores, novos modelos, Volume II, Lisboa, AAFDL, 2018, p. 5-56.


Programas de integridade e governança das empresas estatais: uma visão portuguesa no contexto da União Europeia


in Cueva, Ricardo Villas Bôas; e Frazão, Ana (Coord.), Complicance: perspectivas e desafios dos programas de conformidade, Belo Horizonte, Fórum, 2018, p. 233-249.


Empreendedorismo e Investimento Social


in Farinho, Domingos Soares & Rodrigues, Nuno Cunha, Textos do I Curso Avançado de Direito da Economia e do Investimento Sociais, Lisboa, AAFDL Editora, 2019, p. 53-73.


Liberdade de expressão na internet (em co-autoria com Rui Lanceiro)


in Albuquerque, Paulo Pinto (org.), Comentário à Convenção Europeia dos Direitos Humanos, Lisboa, Universidade Católica Editora, vol. II, 2019, p. 1700-1739


Delimitação do espectro regulatório de redes sociais


in Nery, Nelson; Abboud, Georges; e Campos, Ricardo, "Fake News e Regulação", São Paulo, Thomson Reuteurs - Revista dos Tribunais, 2.ª edição, 2020 p. 29-90


O âmbito de aplicação do Código do Procedimento Administrativo


in Gomes, Carla Amado; Neves, Ana F.; Serrão, Tiago (coord.), "Comentários ao Código do Procedimento Administrativo", Volume I, Lisboa, AAFDL Editora, 5.ª edição, 2020, pp. 249-279


A legitimidade popular no contencioso administrativo português


in Carla Amado Gomes; Ana F. Neves; e Tiago Serrão (coord.), "Comentários à legislação processual administrativa", Volume I, Lisboa, AAFDL Editora, 5.ª edição, 2020, pp. 751-778


A Barreira Invisível: a dicotomia gestão pública/gestão privada e os regimes de responsabilidade civil extracontratual aplicáveis ao Estado - Anotação ao Acórdão do Supremo Tribunal do Administrativo de 23 de abril de 2020, Processo n.º 02431/09.1BELSB


in Revista de Direito Administrativo, Número Especial, Setembro '20, Carla Amado Gomes e Tiago Serrão (Coord.), AAFDL Editora", pp. 45-56.


Da Boa Razão à Razão Pública


in Marques, Cláudia Lima / Cerqueira, Gustavo, "A função Modernizadora do Direito Comparado - 250 anos da Lei da Boa Razão", São Paulo, YK Editora, 2020, pp. 243-260.


A fina linha vermelha: a forma de exercício de competência jurídico-administrativa - Ac. do STA de 13.2.2020, P. 1818/15.5BELSB


in Cadernos de Justiça Administrativa, n.º 139, Janeiro-Fevereiro 2020, p. 50-69


Princípio da administração aberta: a evolução do direito positivo português


in Freitas, Tiago Fidalgo e Alves, Pedro Delgado, "O Acesso à Informação Administrativa", Coimbra, Almedina, 2021", p. 7-30.


Todas as IPSS são entidades adjudicantes? Contributo para uma interpretação constitucionalmente conforme do critério do controlo de gestão face ao Estatuto das IPSS: comentário ao Acórdão do TCA do Sul, de 10 de outubro de 2019, P.º n.º 836/19.9BELSB


in Revista dos Contratos Públicos, CEDIPRE, n.º 25, 2021, pp. 131-152.


Estatuto de Utilidade Pública Desportiva – Contributo para a delimitação das competências jurídico-administrativas das federações desportivas


in e-Pública Revista Eletrónica de Direito Público, Vol. 8, n.º 1, Abril 2021


A Right of Access to State-held Information Concerning the Education and Work History of (Elected) Candidates for Parliament


in European Data Protection Law Review, Volume 7 (2021), Issue 2, pp. 327 - 335.


The Portuguese Charter of Human Rights in the Digital Age: a legal appraisal


in Revista Española de la Transparencia número 13 (Segundo semestre. Julio - diciembre 2021), p. 85-105.



The new “right to protection against disinformation” in Portugal


in e-Pública, vol. 8, n.º 3, 2021, pp. 79-97.


Fundamental rights and conflict resolution in the Digital Services Act Proposal: a first approach”


in e-Pública, Vol. 9, n.º 1, 2022, pp. 75-103.


Models of Legal Liability for Social Networks: Between Germany and Portugal (with Ricardo Resende Campos)


in Morais, Carlos Blanco; Mendes, Gilmar Ferreira; and Vesting, Thomas, The Rule of Law in Cyberspace, Cham: Springer, 2022, pp. 331-348


Self-Regulation and Public Regulation of Social Networks in Portugal


in Morais, Carlos Blanco; Mendes, Gilmar Ferreira; and Vesting, Thomas, The Rule of Law in Cyberspace, Cham: Springer, 2022, pp. 349-385


Os direitos humanos no Regulamento serviços Digitais (Digital Services Act) da União Europeia


in Duarte, Maria Luísa; Gil, Ana Rita; e Freitas, Tiago Fidalgo de, Direitos Humanos e Estado de Direito: Proteção no Quadro Europeu e Internacional, Lisboa, AAFDL, 2022


"Interesse público e exercício de autoridade pública como fundamentos de licitude de tratamento de dados pessoais"


in Farinho, Domingos Soares; Marques, Francisco Paes; e Freitas, Tiago Fidalgo de, "Direito da Proteção de Dados - Perspetivas Públicas e Privadas", Coimbra, Almedina, 2023, pp. 157-182


"O Regulamento dos Serviços Digitais da União Europeia (EU Digital Services Act): Uma visão a partir do Direito Administrativo Regulatório"


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A tutela do Estado sobre as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS)


in Aroso de Almeida, Mário et al., "Estudos em Homenagem à Professora Doutora Maria da Glória F. P. D. Garcia", Volume I, Lisboa, UCP Editora, 2023, pp. 625-643


Comentário ao Acórdão n.º 268/2022 do Tribunal Constitucional português: a aplicação do princípio da proporcionalidade no controlo de restrições aos direitos à reserva da intimidade da vida privada e à autodeterminação informativa


in e-Pública, Vol. 10, Issue 2, 2023, pp. 206-227



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Agradecimento

O fotograma que serve de fundo a este blog foi retirado do filme "Rouge", de Krzysztof Kieslowski, de 1994.


Ao Pedro Neves, da equipa dos Blogs Sapo, um agradecimento especial pela sua disponibilidade e ajuda.