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Abr16

20 anos de Nuno Costa Santos - períodos de sol e aguaceiros esparsos

Domingos Farinho

(versão escrita da minha apresentação oral do primeiro romance de Nuno Costa Santos, na passada quarta-feira, 20, na Fnac Chiado)

 

Por regra sou contra conhecer a obra através do autor. É uma discussão que mantenho com um velho amigo desde os tempos de liceu. Uma daquelas discussões que se mantêm mais pelo prazer do exercício argumentativo do que pelo propósito de chegar a uma verdade que esteja escondida nos escolhos e nas falácias do conhecimento. Mas para o Nuno e o seu primeiro romance dou por mim a pensar se mordo o isco ou não. É que em Céu Nublado com Boas Abertas é o narrador que se anuncia autor, confundindo desde logo géneros e baralhando as (poucas) regras com que entramos na nossa suspensão da incredulidade.

 

De certo modo, ao escrever estas linhas, penso no romance do Nuno como um romance histórico, daqueles em que damos por nós a ir à internet confirmar se uma dada referência é verdadeira ou não. Como se estivéssemos obrigados, nesse tipo de romance, a sermos guardas de fronteira entre a ficção e a realidade. Pois bem, também o romance do Nuno nos poderia fazer cair nessa tentação, mais forte para quem conheça o Nuno e tenha interesse na sua pessoa. Contudo, no seu romance, essa fronteira é prontamente esboroada com uma dupla intenção: a de poder contar a história do avô e a de ter um esteio para exercer a ficção sem rede: quanto mais difícil for lembrar ao leitor que ele pode suspender a sua incredulidade, maior o desafio do autor, maior o seu nível de exigência.

 

Daí que, neste caso, neste especialíssimo caso, falar do romance do Nuno tenha que ser falar do Nuno e daí o título desta minha breve reflexão: 20 anos de Nuno Costa Santos - períodos de sol e aguaceiros esparsos.

 

Com os seus vinte e dois capítulos, e portanto a um capítulo de ser perfeito, o Céu Nublado com Boas Abertas entrou na minha vida numa noite de Snob. Eu creio que o Alexandre já tinha chegado - não tenho a certeza - e estávamos derramados pela mesa em torno de uns copos, quando o Nuno me falou do seu romance. Houve ali um momento de choque ao aperceber-me que seria o primeiro romance do Nuno. Quer dizer, para mim o Nuno sempre fora escritor e, por isso, em qualquer altura do Nuno, um romance seria algo natural. Mas eis que ali estava ele, o romance, na iminência de ser uma realidade, como um produto dos 40 e poucos anos. Uma boa idade para um primeiro romance. Tomei como nota mental comprá-lo quando saísse e estava longe de pensar que estaria aqui hoje a apresentá-lo. Suspeito que aqui estou porque o Nuno, não apenas melancómico, mas também um pouco nostálgico, acredita que a minha presença possa ajudar a colocar o seu romance entre as coisas que realmente importam: a memória, os amigos, o whisky e, enfim, a alma. Não sei exatamente quando foi, mas seguramente em 1996, que o Nuno por denúncia do João Taborda da Gama, incluiu-me num rol de entrevistados para uma peça do Lexpress - um jornal já extinto da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa - sobre alunos que escreviam. Foi o meu primeiro contato com o micaelense Nuno, mas não o mais saboroso que haveria de ter. Por causa desse conhecimento, o Nuno convidar-me-ia, dois anos volvidos para escrever para o primeiro número de uma saudosa revista literária também da Faculdade de Direito, a Inventio, de que ele foi diretor. Eu, que não sou de saudosismos, devo dizer que encontrei poucos objetos literários e artísticos como a Inventio, quer no design, quer nos conteúdos. A Inventio é, para além de tudo o mais, a prova de que uma dada geração num dado momento deixa sempre a sua marca. A nossa, diga isso o que disser de nós, foi (também, sobretudo) a Inventio e todos os seus magníficos números. Relembro aqui a Inventio porque, condicionado por conversas recentes com o Nuno, não consegui deixar de pensar nela enquanto lia o Céu Nublado com Boas Abertas. Tal como eu e o Nuno, volta e meia, regressamos às Inventios de há 20 anos, para de lá partirmos ou prometermos partir para novas aventuras, numa espécie de tributo a nós mesmos ou aos nossos companheiros, também o narrador do romance do Nuno ora regressa à vida do seu avô ora avança, nem sempre completamente em controlo, pela sua própria vida. Eco escreveu, em Seis Passeios pelos Bosques da Ficção que o truque para escrever um bom romance é começar sempre por escrever um policial e depois ir colocando outras histórias por cima. Mesmo que o leitor não goste delas, ninguém escapa a um policial. O Nuno não se contentou com apenas um policial: oferece-nos dois. Um passado no Caramulo e outro presente nos Açores. Ou, melhor dizendo, em São Miguel. Os Açores têm essa característica interessante: para os que nunca lá foram e não o conhecem os Açores são unidade. Apesar de 9 ilhas, são 1 arquipélago, tomamos o todo pelas partes e quando o fazemos mais normal ainda é que o façamos pela ilha maior, pela ilha capital. Ao romance do Nuno esta unidade assenta perfeitamente porque o narrador não está a escrever para conhecedores dos Açores e por isso calha bem que ao escrever sobre a sua São Miguel possamos tomá-la por todo um arquipélago. São Miguel como metonímia é, apesar de tudo, o que aqui quero não deixar passar em claro. Por um lado porque é injusto para os Açores e por outro porque é injusto para São Miguel. Este é um romance sobre São Miguel. As outras ilhas merecem também a nossa atenção, mas não vão neste romance a não ser na medida, enganosa, da metonímia. E São Miguel, neste romance, é para ser bebida sozinha, com benefício de toda a geografia e toponímia que o Nuno decanta sobre o leitor. Assim temos dois policiais: um no Caramulo, com a cabeça em São Miguel e outro em São Miguel por causa do Caramulo. Mas o Nuno não parou aqui de seguir o conselho de Eco e as camadas que escolheu para colocar por cima dos policiais são a gota de água mineral que parece neutra na garrafa mas liberta propriedades extraordinárias quando se mistura com o whisky. Tal como um tom mais melancólico percorre o Caramulo e um tom mais cómico percorre São Miguel, mesmo que isso, por vezes, seja um jogo de espelhos, também o narrador se diverte a confundir-nos com referências literárias e eruditas entremeadas por referências quotidianas suaves. Tão depressa estamos em Cortázar, Céline, Joyce ou Kafka como nas regras de judo, em referências ao Código de Registo Predial ou ao Medomim. E há mesmo, o que deleitaria Eco, as referências quase pessoais que todo o autor dificilmente resiste a deixar na sua obra como uma espécie de marca d’água. Acredito que a referência ao S.U.C.K. seja isso mesmo, entre outras.

 

Mas não são apenas dois policiais sobrepostos e um caleidoscópio de referências literárias e culturais que animam este primeiro romance. Outro jogo de contrastes diz respeito à forma. Há uma alternância muito interessante entre o diálogo e a terceira pessoa reflexiva, que traz um ritmo muito interessante ao romance. Depois há a própria língua, o léxico: este é um romance que utiliza a palavra “borbotos” (pág. 168) e mais não digo.

 

E, claro, há ruivas. Qualquer objeto que se pretenda animado de vida tem que ter uma ruiva na sua existência. Aliás, pode mesmo dizer-se que somos todos objetos enquanto não houver uma ruiva nas nossas vida, animando-nos. No romance há duas: a Ruiva do Pica e Aja Warren. O Nuno não brincou em serviço.

 

Nestes 20 anos de amizade, vi-o escrever de tudo: aforismos, textos humorísticos, críticas de teatro, mas o romance esteve sempre lá, à espera, à espreita. Já estava lá na Inventio, por certo; já estava lá nos pesadelos provocados pelo condomínio; já estava lá na Transe Atlântico. Lê-lo no Céu Nublado com Boas Abertas é ler a compilação de tudo isto. E de muito mais que o leitor descobrirá.

 

Uma confissão final: o nome que arranjei para os meus 20 anos de amizade com o Nuno é uma tradução minha de Sunny spells and scattered showers. Os tais períodos de sol e aguaceiros esparsos são também o nome daquele que é provavelmente o meu álbum preferido de música tradicional irlandesa, da banda norte-americana Solas. Solas, que é gaélico para luz, pode bem ser a palavra-chave do romance do Nuno. A luz, ao contrário do que pode parecer, também é algo que existe em camadas, também é algo que vive de contrastes. Este é um romance de luz.

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O fotograma que serve de fundo a este blog foi retirado do filme "Rouge", de Krzysztof Kieslowski, de 1994.


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