Primeiras Impressões: Nike Free 3.0
Inaguro aqui uma nova rúbrica do Vermelho intitulada e dirigida às minhas primeiras impressões de novos ténis de corrida. O critério é simples: assim que correr mais de 50km com uns novos ténis, escrevo um texto.
Para inaugurar esta rubrica escolhi o meu recém-regresso à Nike com os Free 3.0.
(também são bons para sair à noite)
Na verdade, não é bem um regresso, mas uma estreia. A minha experiência de Nike é inteiramente composta por ténis de basket, sendo actualmente um orgulhoso possuir de uns Nike Zoom 20 LeBron James de 2005 (sim, não tenho jogado muito).
Além disso trata-se de uma estreia arriscada. Quando comecei a correr mais a sério, acima dos 40km por semana, o meu mágico-fisioterapeuta recomendou-me a ASICS e depois de passar por uns Cumulus (e de me ter enganado com uns Kayano) estabilizei nos Nimbus. Comecei no 12, passei pelos 13, e adquiri recentemente os 14. São ténis bastante almofadados, pés neutros. Por cima, ainda conto com uma palmilhas específicas para o meu pé. Assim me tenho escapado a novo ataque de runner's knee, de que padeci após a Meia Maratona de Lisboa de 2011.
Ora, os Nike Free 3.0, que se integram nos denominados ténis minimalistas, são os ténis mais minimalistas da Nike, destinados a proporcionar uma experiência de maior liberdade ao pé e à corrida, ao mesmo tempo que assegura um acolchoamento mínimo. Porquê esta mudança radical?
Os meus Nimbus 13 estavam a chegar ao seu limite e eu estava já decidido a transitar para os novos 14, mas queria ter um segundo par de ténis de corrida, para ir alternando. O que pareceria normal é que comprasse algo na linha do Nimbus (ou mesmo outro par de Nimbus). Sucede que a única coisa que tenho a apontar aos Nimbus - e que é, porventura, impossível de resolver - é a sensação de que estamos a correr com algo estranho nos pés. Tenho de me adaptar a uma parte nova do meu corpo. Note-se, a adaptação não é difícil, os Nimbus têm vindo a ficar cada vez mais leves e proporcionam boas corridas, sem lesões. Mas há qualquer coisa que está sempre a mais nos pés. Mesmo quando está bem.
Daí que a leitura de Born to Run tenha encontrado nesta minha sensação o terreno ideal para provocar o desejo de experimentar algo novo, nem que fosse para descobrir se realmente preciso de tanta protecção quanto aquela que os Nimbus fornecem (o meu fisioterapeuta-mágico garante-me que sim, espero que ele não leia isto). Uma vez que os Five Fingers me pareceram radicais demais, optei, depois de algumas leituras na net, pelos Nike Free 3.0, sem quaisquer palmilhas.
Ao cabo de 50 e pouco quilómetros devo dizer que estou bem impressionado. Exceptuadas algumas dores na base do calcanhar, de adaptação à falta da brutal sola do Nimbus, não tenho para já quaisquer queixas. Ao invés, os Free 3.0 são tão leves e flexíveis que correr com ele proporciona realmente uma certa sensação de liberdade (embora tenham a tendência para aquecer, pelo que já percebi). O treino mais longo que fiz com eles foi de 15km e comportaram-se bem. Conto fazer a Meia de Lisboa com eles para os testar numa distância um pouco maior. Para já estou bastante contente com esta opção minimalista.